E - CAP
lia, só eu, do c
u nome
dourado persistente que resiste à passagem do tempo, mostrando que o sol me deixou suas marcas. Minhas sobrancelhas são grossas e imponentes, como se fossem a moldura de um quadro que não p
e; é como se fosse uma bandeira, um grito por foco e disciplina. É u
ueta e uma camisa justa que não se desculpa por ocupar espaço. Meu relógio é discreto, e uso sa
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que me part
uer, até o telefone tocar e a correria tomar conta da sala, envolvendo tudo em um silêncio pesado. A cena do par de chinelos do m
recia ter esquecido como chorar. Mas três dias depois, numa manhã fria, desabei no azule
filha. Água pa
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que me
agres na cozinha com apenas farinha e sal. Ele, um homem de costas largas e sabedoria em frases incisivas, dizia: "Não dev
la saudade se manifestava em simples momentos, como o cheiro do travesseiro. Meu avô costumava me buscar na e
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ncia como
que emprestava canetas e oferecia ombro amigo para amigas que choravam. Li Carolina Maria de Jesus antes de pegar em um livro sobr
sexta-feira, óleo no cabelo, escrivaninha sempre organizada. Olhando-me
-
que virou
e aos 17 anos, me deixei levar pela cre
a tudo carinho flores furtadas do vizinho, mensagens trocadas na calada da noite e promessas ingên
sformou em cerco. "Onde você está? Com
vez que segurou meu braço com força, desculpei seu ato. E na prim
ue tentasse expressar. Aquele episódio se tornou uma tatuagem na minha alma. Aprendi de manei
tornou uma muralha, e meu coração, uma fortaleza. Aprendi a dizer "não" em um pi
-
são pelo
o música alta. Escolhi Direito. Quando vi meu nome na lista de aprovados, foi como se eu pudesse ouvir a voz da minha mãe novamente, ape
defensoria pública, onde conheci histórias de mulheres fugindo de maridos violentos e crianças tratadas como mercadori
acidade de detectar alguém egoísta em apenas três frases. Aos 21, recusei um amor insinuante antes
-
a mulher e
ngressando em uma ONG dedicada a orientar mulheres, ouvi relatos que cortavam como faca e refletiam
cama, a rir alto sem pedir licença, a ser p
neta da sobrevivência.
-
ada: Br
A boa notícia chegou em uma terça-feira. Na quarta-feira, já comecei a me organizar: tinha que encerrar meu estágio, separar docu
ha avó sorriu ao me ver partir e meu avô ergueu uma garrafa de Coca-Cola, brindando à minha nova jornad
-
art
ria, e uma boa dose de disciplina. Fiz as unhas de vermelho, como um lembrete da força que carrego. Olhando para o espel
s, e eles contaram, mais uma vez, como se conheceram em um forró. Rimos juntos, e percebi que o am
ve e perfumada. Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo alto e vesti uma saia creme, uma blusa preta e um scarpin que ainda estava sendo par
de apertar, mastigue devagar." Uma frase simples, mas que carregava um profundo significado. Meu avô, sempre pragmático, me
a se afastar, tudo à minha volta parecia encolher: a rua, as casas e meus avós se torn
tiguei um biscoito lentamente, e o sabor me transportou para a minha infância, um tempo de segurança e i
i a testa na janela, observando o m
esse espaço intermediário que eu desejava estar: no meio do salto
u Jam
ra, a história é

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