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rrem, apenas partem antes de
ração, um frio que não vem do ar, mas de um vazio profundo, um buraco negro que se abriu em meu peito. Quando saí da escola à tarde naquele dia, estranhei a tia Rouse estar me esperando. Assim que me aproximei, já percebi que havia
amãe tivesse se esvaído junto com sua presença, deixando para trás apenas um eco t
e misturam, borrados em uma sequência confusa de desespero e negação. Um relógio na parede marca o tempo indife
vosa e com um medo avassalador – o medo dela não voltar. Papai disse que os médicos queriam fazer mais exames, que ela estava
e frio vem de dentro, de um lugar que nenhum cobertor ou lareira conseguiria alcançar. Observo as fotos na
lêncio opressivo. Suas mãos se movem nervosamente, ajeitando objetos que não precisam ser ajustados, arr
arregalados. Meu coração dá um salto doloroso no peito e, por um instante absurdo, penso que pode ser ela
como um animal assustado. Seus lábios se apertam, e percebo que está tentando conter as lágrimas. Ela sussurra algumas palavras que não consigo o
o que faz meu estômago se contrair dolorosamente. Meu coração em meu peito parece uma
eu pai pediu para eu te levar ao hospita
um eco distante. Despedir? Isso signi
o medo do escuro. Que ainda espero por ela na porta da escola, mesmo quando sei que não vai
me ouvir? - pergunto, minha voz s
oelha na minha frente, segura
s ainda está conosco. Seu pai achou impo
movimento mecânico. Seguimos para a porta da sala, meus passos automáticos, desconectados da minha vontade. Assim q
agem que passa rapidamente pela janela – casas, árvores, pessoas nas calçadas, todas vivendo suas vidas normais, todas inconscientes da
o universo estivesse prendendo a respiração. É como se eu estivesse pre
s veículos, tudo se mistura em um único e angustiante som. Fecho os olhos por um momento, tentando organizar meus pensamentos, mas só consigo ve
o, um lugar que rouba vidas ao invés de salvá-las. Tia Rouse estaciona, seus movimentos cuidadosos, quase hesitantes. Ela desliga o
- ela pergunta, a vo
estarei pronta para dizer adeus a ela. Mas apenas aceno c
etrando meus ossos, me deixando trêmula. Não sei se tremo pelo vento
s narinas. O som de passos apressados, vozes baixas e o ocasional bipe de equipament
em gel e medo. Tia Rouse não fala, apenas anda abraçada comigo, segurando meu ombro com força, os nós dos dedo
as que já me conhecem de tantas idas e vindas me olham com um misto de compaixão genuína, outras com a indiferença profiss
es era constante e agora parece mais lento, mais frágil, um acompanhante constante da minha angústia, um lembrete da fragil
mpre. O ambiente é dominado por um cheiro metálico que se mistura com o doce e familiar perfume
geralmente tão cheios de vida e força, agora estão opacos, vermelhos de tanto chorar, como se uma parte dele já tivesse se
o, minha voz, um sussurro trêmu

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