de, Laura finalmente se permitiu pensar. Por que ela tinha ficado tanto tempo? Por que
que em criar uma filha. O afeto era raro, e o apoio, inexistente. Ela aprendeu desde cedo a ser autossuficiente, a esconder sua
Marcelo
nunca tinha visto. Naquela época, os olhos dele eram diferentes. Eles eram quentes, cheios de uma proteção feroz que a fazia se sentir segura
do e zangado por algum motivo trivial. Ele começou a gritar, a quebrar coisas. Laura estava encolhida em um canto,
ou entre Laura e seu pai, seu
voz calma, mas com uma autoridade inaba
amento, fechando a porta na cara dele. Depois, ele se virou
e passar por isso", ele pro
em seus estudos e em sua carreira. Ele a construiu, deu-lhe a confiança que ela nunca t
tinha sucesso no trabalho. As pequenas mentiras sobre onde ele estava. A maneira como ele começou a fa
um novo projeto. No meio da frase, ela olhou para ele e viu. O calor havia desaparecido. Em seu lugar, havia uma frieza calculista, uma impaciência que a gelou a
risão muito mais sutil e cruel, construída com amor e manipulação. E a decisão de abortar o bebê não foi um ato de raiva. Foi um ato de autopreservaçã
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