falava sobre partilha de bens e procedimentos legais, minha mente vagava pela casa, cada objeto um lembrete de uma vida que não era minha. Eu não queria nada, nem os móve
imeira vez em muito tempo, eu
gos preguiçosos pintando telas que agora estavam guardadas, empoeiradas, no porão. Eu havia me tornado um especialista em vinhos para impressioná-lo, aprendi sobre o mercado de ações para ter assunto em seus jantares, cortei meu cabelo e
um bar no centro, um lugar barulhento, com música ao vivo e pessoas rindo alto, o tipo de lugar que Heitor desprezava. Eu bebi mais do que devia, dancei de um jeito desengonçado e ri até minha barriga doer. Pela
ia exatamente como nas fotos, delicado e etéreo, olhando para o ambiente com um claro desconforto. Heitor, por outro lado, me encarava com uma expressão indecifrável, seus olhos frios p
você frequentava esse tipo de lugar." Não era uma pergunta, era um julgamento. O desprezo em seu tom era tão claro que eu podia senti-lo fisicamente. "Bem, eu costumava",
presa, mas o que veio a seguir foi ainda pior. Num movimento rápido, ele pegou o copo de bebida da minha mão e jogou o líquido no meu rosto. O álcool ardeu em meus olhos e, no segundo seguinte, ele me empurrou com força. Eu perdi o equilíbrio