Heitor escolheu sem sequer me consultar, e olhava para a porta, esperando por um som de chave que talvez nunca viesse, ou que, se viesse, só traria mais frio
maratona para no final descobrir que a linha de chegada nunca existiu. Era hora de acabar com isso. A deci
sava náusea. Empurrei alguns casacos de lado e, no fundo, atrás de uma pilha de camisas passadas, vi uma caixa de madeira que eu nunca tinha visto antes. Não era grande, mas era claramente antiga e bem cuidada. A curiosidade foi mais forte que o meu bom senso, eu a puxei para fora, o coração batendo um pouco mais rápido. Ao abrir a tampa, meu estômago gelo
stos medidos. Eu me apaixonei por aquele mistério, por aquele desafio. Para me encaixar no seu mundo, eu me apaguei, me tornei mais quieto, parei de usar roupas coloridas, aprendi a gostar de ópera e de vinhos caros, abandonei meus amigos barulhentos por jantares
forçasse ou o quanto eu mudasse, eu nunca seria Gabriel. Eu era apenas um substituto, um lugar-tenente conveniente até que o verdadeiro amor de sua vida estivesse disponível. Uma onda de d
sua voz, baixa e suave, vindo do escritório. Ele estava no telefone. "Eu sei, eu também sinto sua falta", ele disse, e a ternura em sua voz era algo que eu nunca tinha ouvido em três anos. "Só mais um pouco de paciência,
porta, Heitor ainda estava no telefone, de costas para mim. Ele me sentiu ali e se virou, seu rosto mudando de ternura para a frieza habitual ao me ver. "Preciso desligar", ele disse