na, com meus quarenta e poucos anos, já conhecia esse roteiro de cor. As luzes de Natal ainda piscavam na árvore, criando uma ilusão de alegria que não enganava ninguém, muito menos a mim. M
tinham comprado e elogiavam a comida, como se a harmonia fosse real. Eu me sentei em silêncio, apenas observando. Cada risada deles pareci
Clara. Aos setenta anos, ela ainda governava a família com mão de ferr
ela bateu um garfo contra uma taça de crist
o um anúncio importante
u senti um nó no estômago. Anúncios de
to sobre o futuro e decidi que é hora de organizar minha her
e João brilharem com ganância. Maria e Sofia se a
pegou uma pequena caixa de veludo e
ê, minhas joias de pérolas
ritinho de prazer. Em seguid
to de brincos e colar de ouro. P
então se virou para o filho de Pedro, meu sobr
ativa para ajudá-lo a começar a vida, para comp
sabiam que era muito. Meu coração
se virou pa
xo o apartamento na praia. Você e sua famí
a esta casa em que vivemos. Eu se
ndo profusamente. Eu continuei sentada, paralisada. Minhas mãos estavam geladas. Ela distrib
pena, outros com um triunfo mal disfarçado. Foi então que Dona Clara
e que me esqueci de
erança, tola e teimosa,
voz soando como u
lhice. Você sempre foi a mais cuidadosa, a mais prestativa. Nada mais justo que você fique com essa tarefa
l, tão descarada, que me roubou o ar. Eu não era uma filha, era uma sentença. Um objeto a ser usado e descartado.