m banco ao lado do pátio, os fones enfiados nos ouvidos, mas sem música tocando. Ela só precisava de um espaço para respirar. Esses primeiros meses estavam sendo m
li e tocando de leve em seus lábios, o silêncio foi cortante, por um segundo a mais do que devia. - Essa é a regra de ouro, né? - ele disse, mais sério do que o habitual. Joana desviou os olhos, mexendo na própria saia como se aquilo fosse à coisa mais interessante do mundo. - Se a gente quebrar essa regra estraga tudo. - Então a gente não quebra - ele concluiu. Mas nenhum dos dois parecia convencido. Tarso levantou e foi embora sem olhar pra trás. Ele não estava conseguindo se segurar, precisa arrumar uma distração rapidamente. Joana ficou ali, sozinha, ouvindo o silêncio nos fones de ouvido. E pela primeira vez, desejou que as regras não existissem. Ele ainda estava atravessando o pátio quando o celular vibrou no bolso. Ele pensou em ignorar, mas viu o nome na tela: "tia alicia". Era raro ela mandar mensagem pra ele, sempre mandava os recados por sua princesa ou por sua mãe. Ele leu rápido. Tia Alicia Oi, querido, será que você pode levar a Joana e o Jamal para casa hoje? O pai deles está preso no trabalho e eu tive que resolver uma emergência no hospital. Ela está sem bateria, então não a avisei. Obrigada, você é um anjo! Tarso Claro, tia! Levo eles! De nada. Tarso respondeu de forma positiva, mesmo sem saber ainda o horário que Jamal saía da escola. Mas não era seria difícil descobrir, Joana tinha a resposta com certeza. Voltou até Joana, que continuava sentada no mesmo banco, agora com os olhos fechados e a cabeça encostada na parede. - Os planos mudaram - ele disse, parando em pé à frente dela. - Como assim? - Tua mãe me mandou levar você e o Jamal pra casa. Ela está enrolada no hospital. Você tá sem bateria, né? Ela arregalou os olhos e automaticamente pegou o celular na mochila, apertando o botão lateral. Tela preta. - Droga. Sabia que tinha esquecido alguma coisa hoje. Mas... Sério que ela te avisou? - Tia Alicia mandou uma mensagem direta. Estou praticamente contratado como motorista da família. Joana riu e se levantou. Ele era alto, então ela alcançava no máximo os ombros dele. - Só falta agora à gente aproveitar e dar uma volta por aí, né? Tarso levantou uma sobrancelha, como quem topa qualquer coisa. - Um cinema? - ele sugeriu. - Você tem poderes de telepatia, está lendo meus pensamentos? Joana ainda estava pensando na maneira que ele havia lhe tocado há minutos atrás e em como ele era lindo. Seus olhos eram o sol dela, seus braços eram o seu mundo. Eles foram caminhando de dedinho