m seus dias - uma ausência. Um pensamento que voltava sempre nos momentos mais calmos. Ele. O homem misterioso. Ela não sabia seu nome. Só lembrava do olhar, da presença marcante, e do modo como ele
o fosse lembrar. - Eu lembraria até seu perfume, se quisesse - pensou. Mas só disse: - Eu tenho boa memória. Preparou o café com as mãos um pouco trêmulas. Ele se aproximou do balcão, observando-a com a mesma atenção de antes. - Rebeca, não é? Ela levantou os olhos, surpresa. - Sim. Você... lembra? - claro que lembro. Silêncio. Ela entregou o copo e ele agradeceu com um aceno. - Posso te fazer uma pergunta? - ele disse, antes de sair. Rebeca assentiu, cautelosa. - Você tem alguma coisa pra fazer hoje à noite? O tempo pareceu parar por um segundo. - Hoje? - ela perguntou, confusa. - Eu sei que é repentino. Mas pensei... talvez um jantar. Nada formal. Só conversa. Um lugar tranquilo. Ela mordeu o lábio, surpresa. Ninguém nunca a havia convidado pra sair daquele jeito. Não alguém como ele. Não com tanta calma, tanta certeza, e ainda assim, tanto mistério. - Eu... - hesitou. - Eu trabalho até as oito. - Então posso te buscar às oito e meia. - Eu nem sei seu no