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Escondidos na sombra do desejo

Escondidos na sombra do desejo

5.0
1 Capítulo
37 Leituras
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Sinopse

Índice

Josh e Allan tentam sufocar um amor que nunca deveria ter existido - pelo menos, não aos olhos do mundo. Josh, irmão mais novo do melhor amigo de Allan, vive em silêncio, carregando o peso de um segredo que pode destruir tudo: seu amor por Allan. Mas quando um assassinato brutal os envolve em uma trama perigosa, suas vidas mudam para sempre. "Escondidos na Sombra do Desejo" é uma história de paixão avassaladora, suspense e escolhas que podem salvar ou condenar para sempre.

Capítulo 1 Jogo

Caros leitores, a história que vocês estão prestes a ler será narrada alternadamente sob a perspectiva de Allan e Josh. O primeiro capítulo trará a visão de Allan, seguido pelo segundo, que será contado por Josh, e assim sucessivamente.

Não indicarei o nome deles no início de cada capítulo, pois acredito que o contexto deixará claro quem está narrando. No entanto, caso apareça um narrador diferente dos dois, avisarei para que não haja confusões.

Espero que aproveitem a leitura e se deixem envolver por essa trama intensa.

ALLAN

Você alguma vez se perguntou o porquê está nessa terra? Eu já fiz essa pergunta muitas vezes ao longo dos meus dezessete anos e sempre achei que o motivo fosse viver no meu eterno sofrimento.

Amo um menino que o conheço quase a vida inteira, estudamos juntos há mais de sete anos, moramos no mesmo condomínio a vida toda, mas sempre fui um fantasma que o admirava à distância, um parasita insignificante em sua existência. Escondi esse sentimento no fundo do meu obscuro coração, tendo em vista que para minha família sempre foi considerado algo imundo e pecaminoso. Os poucos amigos que tinha também não eram cientes desse fato, o qual me assolava a cada segundo do dia.

Acordava e dormia pensando em Josh, ele drenava toda a minha alegria mesmo sem saber. Todo santo dia era uma tortura ter que conviver com ele o dia inteiro. Josh é caucasiano, alto, tem cabelos pretos na altura dos olhos, é quarterback do time da escola, seu sorriso é intrigante, seu olhar intimidador e tem uma linda namorada, perfeita e rica igual a todos naquela escola de merda.

O que para mim nunca foi problema, pois minha mãe é diretora da escola e meu pai é físico nuclear, trabalha para a Nasa há mais de dez anos, o que sempre dificultou minha vida escolar. Muitas das vezes as pessoas não se aproximavam de mim por conta disso ou se aproximavam por esse motivo, por isso meus amigos eram limitados a três: Anna, Justin e Joseph, irmão gêmeo de Josh.

Eles eram o meu conforto naquele hospício que chamávamos de escola. Sentados na arquibancada do campo, observávamos Joseph jogar junto com o irmão. Anna estava concentrada mais no celular do que no jogo, Justin focava toda a sua atenção para as líderes de torcidas. Meus amigos nunca gostaram de futebol americano, mas íamos apenas para apoiar Joseph, no entanto, o meu objetivo sempre foi secar Josh, aquele era o único momento do qual eu não precisava desviar o olhar, me esconder atrás de livros ou celular.

Ele corria de um lado para o outro segurando a bola oval. Josh era tão perfeito que me levava aos suspiros todos os dias, quando meus olhos percorriam cada centímetros do seu corpo perfeito, musculoso, de 1,88 m de altura. De onde estávamos, conseguia ver o suor escorrer pelo seu pescoço sujo de grama e terra. Só não estava mais sujo que Joseph, parecia ter acabado de sair direto da fazenda.

- Allan? - Anna me cutucou.

- Oi?

Ela colocou o celular no meu rosto quase o parelho foi fundido com meu corpo.

- Legal, não é? - sorria com o celular ainda na minha cara.

Nem consegui ver o vídeo, apenas acenei em concordância.

- O que vamos comer hoje? Estou cansado da comida da cantina! - Justin saiu do seu devaneio e olhou para mim.

- Por mim, tanto faz, o que quer comer, Anna? - a cutuquei com a perna.

- Deixa o jogo chato do Joseph acabar e aí decidimos... - com a cara enfurnada no celular, mal olhou para mim.

Como pode perceber, vou guardar o meu amor para sempre comigo, pois nunca vou sair desse "armário" e Josh é mais do que hétero. Me chamo Allan Dixon, sou o filho mais novo de três irmãos, sou o rebatedor da liga sub-17 de beisebol, nunca vou admitir o amor pelo Josh. Acho que ninguém veria isso com bons olhos, estudávamos em uma escola católica, minha mãe era a própria devota de Jesus Cristo. Então, optei por permanecer nas sombras da minha existência e desejo.

- O que aconteceu? Você está muito calado hoje! Está com calor? - Justin espremia os olhos em minha direção.

- Não, cara, só tó com fome... Anna? Deixa esse celular, garota, você não vai ser a próxima youtube vendo esses vídeos bestas!

- Não são bestas! Garoto chato, aprende - ela colocou o celular na minha cara novamente e começou a falar outro idioma, pois não entendia nada do que ela tagarelava sem parar, falando do fantástico mundo do qual a cabecinha dela pertencia.

- Tá bom, desculpa, deixa de ver os seus vídeos educativos - entonei a voz - está melhor assim?

- Muito melhor. - Ela sorriu, encostando sua cabeça em meu ombro dizendo - Que horas essa tortura termina?

- Daqui a trinta minutos - olhei para o relógio.

Encostado nela, voltei meu olhar para Josh, e suas mãos enormes com veias protuberantes por todo o braço. Já estava vermelho de tantas pancadas do time adversário, perdido em tudo que aquelas mãos poderiam fazer, fui perturbado pelos gritos de Justin chamando um dos amigos sem graça dele.

- Não chama esse ser insuportável não! - revirei os olhos em direção a Justin.

- Não gosta do Adam? Porque? Ele é legal!

- Só você gosta dos seus amigos, Justin - desdenhou Anna.

- Agora, né, Anna, quando você estava com o... - Ela tapou a boca dele em uma velocidade absurda.

- Não fale o nome daquele desgraçado, traz má sorte - Anna retornou para o meu lado.

- Sejam legais com o Adam, ele é legal... - sussurrou Justin.

Adam era um nerd da escola, se achava o novo Steve Jobs, misturado com Albert Einstein. Um garoto chato e extremamente arrogante.

- E aí, pessoal? - olhou para mim e Anna, que apenas sorrimos e retornamos a olhar para o campo.

Sentou-se ao lado de Justin e começaram a jogar um jogo, o qual nem fiz questão de saber, pois o meu momento perpétuo estava se aproximando do fim, e voltaria a vê-lo escondido ou nos meus sonhos.

O apito soou, o jogo terminou, nossa escola venceu e todos começaram a gritar eufóricos, a banda passou a tocar. Joseph correu para perto de nós, espalhando seu suor de forma proposital.

- Ganhamos, babacas! - ele gritava na nossa cara.

- Nós conseguimos ver J - disse Anna sorridente, entonando a voz com toda a sua ironia.

Sorri, abaixando a cabeça, dando uma breve olhada para Justin, que se acabava de rir.

- Seu projeto de Lisa Simpsons devia me parabenizar! - Joseph a abraçou, deixando-a toda suja, se afastando, prosseguiu - Vou tomar um banho rápido e vamos comer - Joseph correu em direção aos vestiários e antes de entrar, olhou para trás, dizendo - AH! O JOSH VAI CONOSCO.

Palavras malditas, por que ele iria conosco? Ele nem gostava de nenhuma de nós, era tudo o que eu precisava, vê-lo junto com a namoradinha.

Permanecemos sentados, esperando que todos deixassem o campo. Adam finalmente foi embora, fazendo Justin parecer um papagaio ambulante, falando sobre um jogo novo no mercado. Eu não gostava e nem tinha tempo para jogar, estudava o dia inteiro, tinha treino de beisebol quase todos os dias, e para completar o meu dia maravilhoso, minha mãe estava me obrigando a trabalhar de entregador no restaurante da minha tia, pois, de acordo com ela, tinha que dar valor ao dinheiro.

Eu dava valor, e muito, mas eles queriam o impossível, fazer tudo quase ao mesmo tempo, e perfeito. Não poderia ter uma nota mediana, precisava trabalhar e nada poderia atrapalhar os treinamentos. Trabalhava de quarta a domingo no restaurante da minha tia paterna. Era isso ou iria fazer relatórios para o meu pai sobre seus projetos. Você não tem noção do quanto isso é chato e cansativo, os nomes infindáveis de moléculas, as fórmulas com milhares de números, então sim, eu prefiro ser entregador.

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