-Outro dia indo embora... Meu Deus, não sei o que tenho que fazer...- suspirou a jovem tristemente, botando as duas mãos na cabeça e se sentando em um banco próximo à uma fonte. -Argh! Se pelo menos essa história ridícula seguisse o rumo original!- disse a moça para si mesma, dando um forte tapa no banco em que sentou. -Eu quero voltar... Meu filho... Quero meu filho...- sussurrou ela, deixando lágrimas de impotência e frustração expressarem todos os seus sentimentos. -Ele deve estar com medo e preocupado por não ter idéia de onde eu esteja. Ou pior, será que ele pensa que eu o abandonei...? Mas QUE PORRA! NÃO É JUSTO QUE EU TENHA QUE MORRER. QUE MERDA QUE EU FAÇO?!- Ao gritar, apesar de ter sentido um certo alívio, a jovem rapidamente se recompôs limpando as lágrimas e ficou em alerta, olhando em volta. -Eu deveria ter mais cuidado.- disse ela, olhando para tudo que é lado como se estivesse procurando por algo. -Ao menos não tem ninguém.
Olga era o nome da moça. Normalmente, ela tem um sorriso no rosto e sempre aparenta estar de muito bom humor. Até demais, mas__
-SENHORITA OLGA? ONDE ESTÁ?- chama Anabela, uma das pessoas, se não A pessoa mais próxima de Olga.
-Lá vem!- sussurrou Olga para si mesma com um leve sorriso nos lábios, limpando o mínimo resquício de lágrimas em seu rosto para responder à moça.
-Estou aqui.- diz Olga, acenando e dando pequenos pulinhos onde está para que Anabela possa vê-la.
Anabela gira a cabeça para todos os lados procurando de onde vem a voz.
-Senhorita, onde?
Olga se aproximou por trás dela e respondeu com um sorriso:
-Se fosse uma emergência, eu já teria me lascado!
-Senhorita Olga! Me assustou!- disse Anabela, colocando a mão no coração e fazendo uma cara de cachorro espancado.
-Hehehe! Bem, o que você quer comigo? Não vê que estou ocupado?- diz Olga com uma voz um pouco mais grossa que a sua, imitando a pose de uma estátua que estava ao lado da fonte. A estátua era de um homem examinando uma rosa com uma lupa.
Por causa da posição contorcida que a estátua estava, Olga, que tentou imitá-la, quase caiu duas vezes, mas se manteve na posição! Isso foi o suficiente para fazer Anabela cair na gargalhada.
-Hahahaha!- Depois de uma boa risada, Anabela se recompôs e disse com uma voz séria:
-Minha senhorit__
-Fale direito.- interrompeu Olga, se endireitando.
Anabela olhou para os lados para ver se não havia alguém e se preparou para falar normalmente com Olga. Olga percebeu isso e, olhando-a com uma cara estranha, disse:
-Mesmo que alguém veja, você não precisa ter medo de falar normalmente comigo... Ninguém vai falar ou fazer nada sobre isso. Todos sabem que, a não ser quando estou almoçando, na maior parte do tempo, eu só quero um motivo para fazer escândalo e vergonha.- disse Olga, sem expressão.
-Mas mesmo você... Sabe que isso não é o correto! Não devo falar informalmente com a futura imperatriz da nação... Sou só uma escrava... E uma ladra para completar.- disse Anabela, baixando a cabeça tristemente ao se lembrar que mesmo que Olga, sendo quem é, a tratasse com gentileza, isso não mudaria quem ela realmente era.
-Dane-se você ser uma escrava, uma rainha, uma árvore ou um galho. Eu não estou nem aí para o que alguém é ou deixa de ser, e você disse que se arrependeu de ter roubado. Mas por que você está pensando nisso ainda, hein?!- disse Olga, virando a cabeça para olhar para o céu, e, liberando um suspiro exausto, continuou:
-De qualquer forma, você está se importando muito com o que os outros pensam... Está apaixonada?
Anabela ficou com o rosto todo vermelho e evitou o olhar de Olga. Olga, que estava brincando antes, ao ver essa reação, quis provocá-la.
-É o gostosão do duque que chegou ontem do Sul, né?- falou Olga com um sorriso malicioso que só crescia nos lábios.
Ao ouvir o que Olga disse, pareceu que todo o sangue do corpo de Anabela havia subido para o rosto.