Farto da vida simples que levava, um homem decide abandonar a mulher em casa numa noite qualquer e viver a sua primeira aventura. Assim que chega a casa tenta esconder, mas a mulher descobre a possível traição e decide sair de casa, separar-se. O homem tenta esquecê-la com vários outros amores, mas no final descobre que apenas seria feliz se a tivesse consigo, mas ela não aceita voltar.

Capítulo 1 Como o fim começou

«Ela tem algum segredo que a tornam na mais linda flor que os meus olhos já viram, nota-se pelo retrato que agora seguro nas mãos, este vestido azul borboleta, as pérolas azul-marinho nas orelhas, e o cabelo cacheado a cair entre os olhos, será que ainda há tempo?»- Pensava Hélio, cansado da solidão que sentia, porquê sentia? porque tinha decidido sair de casa, e embarcar na aventura das noites, das garrafas douradas, sem notar que esta seria a pior decisão da sua vida. Entre ser feliz numa casa pequena ao lado de Esmeralda e ter uma vida mais emotiva, Hélio decidira a segunda.

***

Aos 12 de novembro de 2014, cheguei a casa decidido a mudar a minha vida, porque senti que a que vivia nao era de grande significância. A rotina quotidiana gerida entre os papéis do escritório e o sofá napa de minha casa, parecia tão psiquicamente suicida, enquanto juntava as folhas de pagamento e dívidas da empresa, na qualidade de contabilista, eu via meus colegas que tinham sempre algo o que contar a todos que como eu não sabiam o que era ser livre de ideias, ou melhor, não pensar, mesmo se por apenas um dia, falando em desviarem-se para um bar e festejar, "até porque a vida é apenas uma" diziam eles.

Voltei a casa, olhei para ela, aparentemente sempre atarefada para ver-me feliz, foi aí que decidi sair.

-Venho já, querida.

-Para onde vais? se posso saber- espairecer, não demoro.

-Está bem

***

Foi, e sem culpa, apoiado numa desculpa, foi ao encontro da liberdade, sem saber se seria feliz ou não, curvou para o casino mais proximo que ficava a 3 km, , guiando um kia soul cinza, entrou receoso do ambiente, sentou, pediu Blue label, lembrou de como seu patrão dedicara odes a esta produção de uisque escocês, bebeu, bebeu, e sem muito o que pensar pôs pausa aos seus pensamentos e deu sentido a estimulação.

Pela manhã, Esmeralda, sem saber o que fazer, acordou com dor de cabeça, pois não parou de pensar no porquê que seu esposo não voltou, «será que o assaltaram? será que fez algum acidente?» pensava, veio então a imagem de um homem baixo, magro, ocúlos de contacto e camisa azul, sem faltar o relógio da Tissot dourado, esta foi a última imagem que viu de seu amado.

***

-Não se perdoa quem vira-nos as costas quando tudo o que precisamos no momento é o seu abraço, não sentiu, não pensou, não se importou, dormiu longe porque achou que assim seria feliz, ele não era feliz, não comigo, uma simples mulher de 26 anos, apaixonada, sim eu era, hoje de pouco ou de nada me importa ser, se naquela noite eu saísse, fosse a rua e acontecesse algo terrível comigo? ele com certeza não se teria importado, talvez nem fosse chorar, talvez ficasse em casa a festejar. Dói, dói, não o perdoo, desculpa amiga, mas não posso.

Continuar lendo