Lorena narrando
Eu chego em casa e já era de madrugada, eu levo um susto vendo Alexandre com um copo de uísque sentado em uma poltrona, quando ele me ver, ele coloca o copo em cima da mesa ao lado.
— Foi boa a noite? – ele pergunta irônico,
— Maravilhosa – eu respondo sorrindo para ele que fecha a cara – você não sabe como foi maravilhosa.
— Sua vagabunda – ele fala se levantando
— O que você me chamou?
— De vagabunda – ele fala com um tom de voz firme.
— Eu não sou as mulheres que você pega por ai.
— Mas se comporta como uma delas – ele fala se aproximando de mim – eu sou seu marido e você me trai com o meu melhor amigo – eu abro um sorriso.
— O corno ficou manso – eu olho para ele – porque não fez escândalo? Entrou porta a dentro e mostrou ao mundo que você é corno – eu grito na cara dele.
— Você me deve respeito porque eu sou seu marido – ele pega no meu braço e eu encaro ele e encaro meu braço.
— Você nunca terá o meu respeito seu vermes imundo – eu tento soltar meu braço – eu tenho nojo de você.
— Há seis anos eu aguento tudo que você faz quieto, mas isso vai acabar.
— Vai acabar quando você assumir o lugar do meu pai? – eu pergunto para ele e ele me encara – você realmente acha que um dia eu serei submissa a você? Que um dia vou dizer amém a todas as coisas que você falar.
— Então, Juan te contou – ele fala
— Ele não precisou me contar nada, eu já imaginava. Você acha que eu sou burra mas você precisa entender a mulher com quem você se casou.
— Você fala de mais – eu consigo soltar o meu braço e me afasto dele – revoltada de mais, se o seu pai tivesse deixado eu te domar, você não seria assim.
— Me domar? Desde quando sou animal para você me domar?
— As coisas vão mudar dentro dessa casa – ele fala
— Eu concordo que as coisas vão mudar, não se preocupa, no seu enterro eu vou usar vermelho.
— Você está brincando com fogo, daqui a pouco toda essa sua marra acaba , quando eu poder fazer o que eu quiser com você e você não vai ter mais a proteção do meu pai sua garota mimada.
— Eu não sou garota mimada e nunca fui – eu olho para ele – a mesma raiva que eu sinto de você, eu sinto dele também. Meu pai não precisa me proteger de você, os dias desse casamento estão contado e eu quero ter a honra de nunca mais olhar para essa sua cara.
— Só se você morrer Lorena – ele fala me olhando – e confesso, que essa não é uma má ideia.
— É uma ameaça Alexandre?
— É um aviso – ele fala – continua me envergonhando com as suas atitudes infantis , para você ver o que pode acontecer.
— Você não deveria me ameaçar, eu sou muito mais do que você pensa que eu sou – ele me encara e eu encaro ele. – Boa noite marido. – eu abro um pequeno sorriso e largo os sapatos que estão em minhas mãos em seus pés e passo por ele.
Eu subo para o quarto e tranco a porta , eu ligo para Marcela que era gerente em um dos meus negócios e logo ela atende.
— Lorena, você sabe que horas são? – ela fala
— A boate ainda deve está funcionando, não?
— Sim, está. Mas e você não era para está dormindo?
— Eu quero que você descubra quem é a garota com quem Alexandre está se envolvendo.
— O que foi rolou ciúmes?
— Eu quero que você suma com ela.
— Sério?
— Sério, pode levar ela para aí, mas quero que isso aconteça quando a gente estiver no Brasil.
— Eu te aviso quando tudo acontecer.
— Obrigada – eu falo.
Alexandre tinha alguém que ele se envolvia fixo e quem sabe eu consigo abalar ele com o sumiço dessa pessoa e deixar ele vulnerável. Ele não ia me ameaçar dessa forma e nem iria se tornar dono de mim, quando ele menos esperar, ele estaria morto e eu não iria ter pena dele e nem do meu pai.
Eu tinha planejado diversas formas de matar eles, porém tudo era complicado e deveria ser pensado nos mínimos detalhes já que meu pai era o chef da máfia e ele também era um mafioso, era um absurdo a regra de que uma mulher não podia assumir a máfia e isso iria mudar.
Vai mudar, quando eu me tornar a chef.