Ferr
procurando por qualquer sinal dele, qualquer indício de que aquilo era uma piada cruel, mas seu rosto permaneceu impassíve
, como se fosse a dona do lugar. Ela me ofereceu um lugar no sofá de creme m
endo uma preocupação açucarada. "Acabei de fazer um ris
ante, agora parecia zombar de mim. Era uma cena doméstica, quente e convidativa, mas eu me sentia como uma observadora alieníge
ostumava me arrepiar, mas agora apenas ecoava com uma dor oca. Suas cabeças estavam próximas, seus corpos alinhados, uma imagem perfeita e íntima de
tapete, qualquer coisa para evitar a visão de seu afeto sem esforço. Cada olhar compart
do sofá. As palavras pareciam estranhas, forçadas. Eu precisava escapa
opósito, espero que não se importe, mas eu tirei alguns daqueles arbustos velhos e feios
pai, no dia seguinte à partida da minha mãe, um pequeno ato de desafio contra o vazio. A cada ano, eles f
perguntei, minha v
ssão indecifrável. "Larissa queria mais espa
sumia à lógica, à utilidade. Meu coraçã
ara combinar com a dele. A dispensa casual de algo tão precioso para mim pareceu um insulto final. Aqueles arbustos eram um elo tangível
pero. Eu só precisava do meu quarto, meu santuário, o único lugar onde eu poderia lamber minh
era me
rivaninha, empilhada com livros e esboços, desaparecera, substituída por um cavalete reluzente e uma tela me
údio. Seu antigo quarto tinha a melhor luz." Ele gesticulou vagamente para a grande janela
is distante. Mai
em algum lugar na minha garganta, me sufocando. Meu quarto, meu último refúgio, fo
u perfil severo, mas suavizado, um toque de sorriso brincando em seus lábios, uma intimidade que eu
er para "casa". Ele estava saindo com ela, amando-a, pintando-a. Tudo enquanto eu estava lá fora, desesperada por uma migalha de sua at
nca esteve comigo, não de verdade. Eu era uma criança a ser gerenciada, uma tutelada a ser abrigada, mas nunca amada. Nunca escolhid
cas de Larissa. Era um rolo sem fim de seu romance florescente. Fotos deles em galerias de arte, o braço dele ao redor dela. Ela rindo, radiante, agarrada a
caixa de veludo aberta em sua mão. O grito de alegria de Larissa. Seu rosto, geralmente uma máscar
a Castro?" ele sussurrou,
io" e "infantil". A mesma voz que nunca me dis
pessoa, tão facilmente, tão livremente. Todo o calor, todo o afeto, toda a conexão profunda e duradoura que eu ansiava, ele oferecia a ela sem pensar duas vezes.
ono não veio, não podia vir. Minha mente repassava cada momento terno, cada olhar amoroso, cada risada cheia de alegr
ento acústico, mas no silêncio opressivo da noite, com meus sentidos hiperalertas, os sons íntimos se propagaram. Meu corpo enrijeceu, um pavor frio subindo
inhas bochechas queimavam, meu corpo inteiro rígido de choque e autoaversão. Eu queria desaparecer,
il pudesse bloquear a verdade. Os sons continuaram, uma sinfonia cruel de sua felicidade, sua intimidade, seu vínculo inegável. Eu não conseguia respirar. Não c
uía. Ricardo estava no balcão da cozinha, não sozinho. Larissa estava com ele, empoleirada em um banquinho, seu cabelo ruivo flamejante um toque vibrante cont
a expressão neutra no rosto. "Estou indo para a fa
não perguntou quando eu voltaria. Ele nem mesmo registrou verdadeiramente m
ui. Não mais. Eu era uma intrusa, um fantasma assombrando uma casa que não era ma
dade. Eu precisava de um novo caminho, um novo futuro, um que não envolvesse R
de trabalhos de pesquisa. "Professora Helena", comecei, minha voz firme apesar da turbulência interna, "
amp? Eu te ofereci isso no semestre passado, e você recusou. Disse que tinha 'outr
fessora. Eu... cometi um erro. Mas agora estou pronta. Estou
rado por dentro. Encontrei seu olhar, implorando silenciosa

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