nha e o medo a paralisaram. Ela se recolheu em seu próprio mundo, isolando-
ndo-se o braço direito de Papito. A pouca normalidade que ainda restava em sua vida logo se dissipou, dando lugar a um comportamento ca
gado das causas da comunidade. Brigas de vizinhos, traições, desentendimentos de casais – tudo era tratado com sua devida importância e respeito, muitas vezes com um toque de humor qu
incômodo crescente. A forma como Mió cativava as pessoas, o respeito genuíno que emanava da comunidade em sua direção, a admiração
tava conquistando um espaço que antes era exclusivamente seu. O poder de Mió não se baseava apenas no medo, como o seu, mas em uma mistura de respeito e admiraç
sonhos dela de buscar uma educação, de fazer faculdade e construir um futuro diferente, esbarraram na possessividade e no ciúme de
alquer motivo que fosse, ela pagava o preço, sendo castigada com humilhações e privações. As agressões verbais eram uma constante
o abusivo. Mas o medo e a dependência emocional a paralisavam, impedindo-a de romper os laços que a aprisionavam.
nova independência. As tatuagens realçavam seus músculos definidos, luxando o fruto do trabalho no "corre" e de uma disciplina
essa nova aura de poder e confiança. Por outro, a comparação com sua própria situação era dolorosa. Enquanto Mió desfrutava da liberdade e da admiração, ela s
a nova. Danubia se destacava na paisagem familiar. Recém-chegada ao morro, ela era filha do pastor local e ajudava no pequeno carrinho de
eça baixa. Naquela tarde, voltava da escola, subindo as ladeiras íngremes a pé, sem recursos p
eta de time, tênis e boné, observou-a por alguns instantes. Ela trajava calça jeans simples, uma regata de alcinha e tênis surrados. O que chamou a atenção
ormatos dos bolos e salgados. A atendente, percebendo sua distração, perguntou se ela gostaria de fazer um pedido. Danubia sorriu timidam
recia absorta em juntar algumas moedas, revirando a mochila com um semblante de quem desiste
oximando-se com um sorriso no ro
em sua direção. Danubia se virou, o r
respondeu, mantendo um
is, oferecendo a no
? Toma aí. Pega,