ade palpável enquanto desfazia o selo de cera impecável, adornado com o brasão austero da Montenegro Corporação. Um suspiro preso em minha garganta finalmente escapou, carregado de r
ont
rnais e um rosto distante em fotografias corporativas: Ricardo Montenegro, o CEO implacável da maior e mais influente holding do país. Um hom
e pela sobrevivência, dos sacrifícios silenciosos que havíamos feito uma pela outra. Minha mãe, com a saúde cada vez mais frágil e as contas médicas se acumulando em uma pilha ameaçadora, era meu único laço familiar,
ntenegro. Um casamento por contrato. Eu me tornaria a esposa de Ricardo Montenegro por um período predeterminado, estipulado em cláusulas impessoais, em troca de uma
l frio e calculista? Minha alma jovem e idealista se revoltava com veemência contra essa perspectiva sombria. Mas a cada olhar preocupado que minha mãe me lançava, seus olhos antes vibrantes agora embaçados pela preocupação, a cada notificação
areciam zombar da minha impotência, da minha flagrante falta de escolha. "Deveres matrimoniais... confidencialidade... cláusula de rescisão por ambas as partes..." Cada termo legal, cada fras
amor, na cumplicidade, com um companheiro que me amasse incondicionalmente, que valorizasse minha alma e meus sonhos. Em vez disso, eu estava prestes a
tomei a decisão mais difícil da minha vida. Era a única maneira, a única saída que eu conseguia enxergar em meio à escuridão que nos cerca
scuros cortados de forma impecável e olhos penetrantes de um azul gélido que pareciam sondar a própria essência da minha alma. Sua expressão era invariavelmente impassível, quase entediada, como se o mundo ao seu redor fosse um pal
ue nos separava. Ele habitava um reino de poder e privilégios inimagináveis, enquanto eu lutava para manter a cabeça acima da água em um mar d
roximando inexoravelmente do momento fatídico em que minha vida seria irrevocavelmente transformada. Eu me sentia como uma peça i
icados, eventos corporativos repletos de figuras influentes, um mundo de ostentação e superficialidade que me deixava profundamente desconfortável e deslocada. Conheci seus sóc
carregados de ressentimento e inveja. Ricardo Montenegro, apesar de seu sucesso inegável e de sua fortuna colossal, não era um homem universalmente amado. Ele havia construído se
elo domínio de um lucrativo setor do mercado financeiro, e Eduardo Vargas, um ex-sócio outrora leal que havia sido abrupta e brutalmente afastado da empresa de Montenegro a
o fazia questão de esconder o amargor e o rancor que ainda nutriam em relação ao homem que a havia deixado.
es a me casar com um estranho, um homem envolto em mistério e poder, em um casamento desprovido de amor e repleto de segredos obscuros. Mal sabia eu, naquele momento de apreensão, que esse seria apenas o prólogo de um pesadelo muito mais vasto e aterrador. O de