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Perfeito Desastre

Perfeito Desastre

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Sinopse

Índice

Tudo o que a espontânea Jéssica desejava, era cuidar de seus negócios na pequena confeitaria no Rio, mas bastou uma viagem para Las Vegas e uma noite com um homem quente e sexy, para que sua vida virasse de cabeça para baixo. Noah Harden é um bilionário arrogante que acha que todas as mulheres só querem seu dinheiro, mas uma cláusula no testamento do seu avô o obriga a ficar junto com a brasileira, com quem acabou se casando acidentalmente. Parece que nem sempre o que acontece em Vegas, fica em Vegas e enquanto Jessica só deseja a anulação do casamento, Noah só a vê como um meio para conseguir assumir os negócios da família.

Capítulo 1 O que acontece em Vegas...

JESSICA.

Eu já estive em muitas situações constrangedoras na minha vida.

Se estar em situações embaraçosas concedesse algum tipo de prêmio, eu com certeza ganharia todos os anos, já que eu era uma especialista em estranheza.

Eu era um tipo de caos disfarçado e comprovaria isso quando finalmente decidisse viajar para Las Vegas com minhas duas melhores amigas em uma espécie de despedida de solteiro que nunca foi confirmada, já que Kelly e Vanessa -ambas noivas- fizeram questão de chamar aquilo de "a última viagem de solteiras juntas" e prometeram aos seus futuros maridos, que se comportariam, o que de fato foi verdade, já que a única tonta que dormiu com um desconhecido e acordou sem se lembrar de nada, fui eu.

Quando consegui lutar contra as luzes que fluíam pelas janelas do chão ao teto, eu finalmente abri os olhos e observei os arredores. Aquele definitivamente não era o meu quarto de hotel. A cobertura era grande e luxuosa, com uma decoração impecável, sofás de couro e uma deliciosa cama king size que dava a impressão que estava deitada em uma nuvem. Os lençóis eram tão macios e cheirosos que me fizeram querer colar o nariz, para sentir o aroma delicioso que vinha dali. Isso até perceber que o cheiro não era dos lençóis, mas sim do cara quente dormindo ao meu lado.

Ignorando o fato de que ele estava completamente nu, salvo apenas por um lençol cobrindo apenas sua bunda, meus olhos assustados percorreram toda a extensão das suas costas bem torneadas e braços definidos, enquanto ele dormia de bruços.

Apesar de conseguir ver apenas parte do rosto, pude ver os cílios castanhos tocando com perfeição as maçãs do rosto e seus traços fortes e marcantes me fizeram vasculhar cada canto do meu cérebro em busca de qualquer lembrança sobre a cor dos seus olhos. Deus, ele era lindo.

E seja lá qual fosse a cor, deveria combinar perfeitamente com todo o resto.

Ele tossiu durante o sono, rolando para o outro lado e em seguida jogou um braço sobre o rosto. A sombra que cobria toda a sua mandíbula parecia mais sombria, graças à luz do sol que entrava no quarto através das cortinas cinza-escuro.

Céus, mas o que eu estou fazendo parada e olhando pra ele como uma idiota? Mas quem é esse cara?

Vasculhei cada canto do meu cérebro tentando juntar os eventos da noite passada e amaldiçoando meu alter ego bêbado por encher a cara e não ter qualquer lembrança de nada. Como alguém que detesta confrontos, eu fiz a única coisa que sabia fazer como ninguém. Fugir.

Silenciosamente me arrastei da cama, reunindo minhas roupas que estavam espalhadas pelo chão e as vestindo rapidamente. Enquanto me trocava, não pude deixar de olhar para o homem que dormia esparramado na cama. Com toda certeza, aquele era o espécime mais bonito e sexy que já vi na vida.

Seus cabelos escuros quase preto, contrastavam com a pele clara. Seu rosto ainda estava parcialmente coberto pelos braços, então era difícil enxergá-lo em sua totalidade. Embora toda minha atenção estivesse focada em sua bunda, apertada sob o lençol, me deixando tentada a levantar e dar uma espiada. Mas quando ele se moveu novamente durante o sono, percebi que estava ficando sem tempo.

Rapidamente peguei meus sapatos sem nem sequer calça-los e me esgueirei silenciosamente para fora do quarto. Assim que fechei a porta atrás de mim, corri para o elevador, apertando o meu andar e torcendo para quem quer que fosse aquele homem, não tivesse acordado e me seguido até ali. Assim que as portas se fecharam, eu desmoronei contra a parede, suspirando alto de alívio.

O elevador parou no terceiro andar e hesitante, fiz a caminhada da vergonha até meu quarto, torcendo para que Kelly e Vanessa ainda estivessem dormindo.

Assim que alcancei o cartão na bolsa e desbloqueei a porta, dois pares de olhos escuros me encaravam e os semblantes surpresos das minhas duas amigas, logo se transformam em riso quando tropecei para dentro.

— Onde diabos você estava? — Kelly perguntou, enquanto me analisava de cima a baixo. Eu sei que deveria estar com uma aparência horrível, mas ela não ficava atrás, já que seu rosto quase verde me comprovou que ela também estava de ressaca. Eu hesitei, já que não sabia como responder, afinal, eu não tinha a menor ideia do que aconteceu na noite passada.

— Eu estava em... uma suíte na cobertura. — respondi baixinho, observando como as duas se olharam antes de me encarar novamente.

— Cobertura? Por acaso esteve em uma festa sem a gente? — Vanessa questionou.

— Sinceramente... não sei o que aconteceu. Em um minuto estava bebendo com vocês e no outro acordei nua na cobertura ao lado de um estranho. — suspirei alto, deixando cair meus sapatos e caminhei até a cama. — Ai meu Deus como posso ser tão estúpida? Eu nem sei quem era aquele homem ou se usamos proteção. Eu poderia ficar grávida de um cara que eu nem conheço! — eu sabia que estava começando a entrar em pânico, enquanto os pensamentos sobre o que poderia ter acontecido bombardeavam minha mente, mas fui trazida de volta com as risadas das duas.

— Acho que ganhamos a aposta — Kelly disse com um sorriso malicioso.

Olhei para o anel de diamantes falso no meu dedo e balancei a cabeça. Eu tinha me esquecido dele. Nós compramos ontem, como uma forma de me manter longe de problemas -ou caras estranhos- o que obviamente não funcionou.

Eu era a única solteira ali e estava cansada de ser a única a ser paquerada sozinha e acabar ficando com caras que nunca mais voltaria a ver. E se fazer isso já era um saco no meu país, quem dirá em um país estranho que eu nunca mais pisaria.

Então, comprei um anel falso e decidi que dessa vez eu seria uma mulher casada, assim os caras se manteriam longe de mim e eu não daria a nenhum deles a chance de me levar para a cama.

Que estúpida!

E olhando para essa aliança no meu dedo, a ideia pareceu ainda mais idiota agora.

— Que tipo de cara dorme com uma mulher casada? — perguntei, observando o anel no meu dedo.

— Do mesmo tipo da uma mulher casada que dorme com um estranho. — Vanessa zombou.

Bem... devo admitir que mesmo não sendo casada de verdade, essa foi uma ótima resposta. Será que ele também fez essa mesma conjectura? Porque se a resposta for sim, eu sou tão culpada quanto ele. Será que existe a possibilidade de ter contado a ele que o anel era uma farsa e que eu não era de fato casada? Se contei, então o cara deve estar me achando uma maluca agora... Merda! Mas o que diabos eu estava pensando?

Como se lesse meus pensamentos, Kelly se arrastou até a cama e esfregou minhas costas me consolando.

— Ei, não pense tanto nisso. Você é jovem e se divertiu, está tudo bem.

— Além do mais, se você faz esse tipo de coisa no Rio, quem dirá aqui em Vegas? — Vanessa zombou novamente e nós três rimos. Não que eu fosse uma piriguete devoradora de homens, mas eu era a única solteira ali. A única que ainda ficava com caras aleatórios, já que minhas amigas eram todas comprometidas e isso fazia de mim um alvo fácil. Quer dizer, nem tão fácil assim.

— Nós planejamos essa viagem por dois anos. Pelo menos você vai ter uma boa lembrança de Vegas. — Kelly respondeu, obviamente tentando me animar.

— Sim... uma que eu não lembro. — murmurei, fazendo um esforço sobre-humano para transformar alguns borrões que passavam pela minha mente em lembranças.

— Espere... isso no seu pescoço é um chupão? — Vanessa se aproximou, tentando ver a marca que eu não fazia ideia que tinha.

— Tem marcas de dentes! — Kelly me puxou mais perto e eu instantaneamente cobri com minha mão. Flashes da noite passada, se espalharam pela minha mente. Suas mãos sobre minha pele, sua boca e dentes por todo meu corpo. Eu deveria estar toda marcada e senti meu corpo ferver com as memórias.

— Eu vou tomar um banho. — dei um pulo e comecei a caminhar em direção ao banheiro. Um banho bem gelado a propósito.

— Ele deve ser enorme... — Vanessa gritou e eu me virei. — Você está andando engraçado. — uma explosão de gargalhadas encheu o quarto, enquanto eu me afastava. É claro que eu não pude deixar de olhar para a maneira que caminhava. Eu não estava andando engraçado. Vadias!

Tranquei a porta e me olhei no espelho. Eu estava uma bagunça. Meus cabelos estavam emaranhados, minha maquiagem toda borrada e duas marcas enormes de rímel se formavam embaixo dos meus olhos. Eu parecia um panda. Um panda de lábios inchados, chupões e marcas de dentes.

Depois de tomar um banho, tomamos café no quarto e arrumamos nossas malas, já que ainda tínhamos um voo para pegar.

Las Vegas ficaria para trás e a única lembrança que tinha da última noite na cidade do pecado, era um anel falso de brilhantes que fiquei com pena de jogar fora.

Tentei relaxar, me lembrando da frase icônica dos filmes, afinal, o que acontece em Vegas, fica em Vegas.

Só que não dessa vez.

Não comigo.

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